quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Rascunho

Nestes meses todos tenho me pego pensando em mil maneiras de definir as coisas que vêm se passando dentro de mim! Isso nunca me foi tão complicado. Ao contrário, sempre foi muito fácil.

Descobri nestes últimos meses, um prazer que antes não via no trabalho diário... Me percebi minimalista, sem paciência para destrinchar todas as possibilidades que antes, sempre explorava. Me percebi anestesiada, engessada, impedida!

Tem sido tão controladamente difícil meus últimos meses, que me sinto sem o hábito de um levantar de dedo para apontar o problema. Por outro lado, a imobilidade nunca me fez perceber tanto sobre mim. É por isso que venho tentando definir de mil maneiras as coisas que vem se passando...

Encontrei uma saída, minimalista como o momento: acrescentar ao meu caldo de vida, palavras. Simples palavras tão limitadas quanto eu mesma. Que não possuam seu significado em si, ou que possuam tudo.

Blá... deixarei minhas palavras-chave para mais tarde. Está tarde!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Tenho pensado muito nessas coisas!

Tempestades - estrelas, nuvens, sol, azul: marinho, anil, celeste...
Ventos - água, chuva, dourado e prateado, cortinas, trigueiros, portas!
Flores - noite, velas, bolinhos, grilos, labirintos, va-ga-lu-mes.

Resgatando as paixões e vícios da alma, perdidos com a "velocidade da queda" do tornar-se adulto. Vícios e paixões tão pueris quanto adorar tudo o que brilha no escuro, perceber timbres, matar a charada das cores!

Eis meu momento oportuno.
Eis meu momento colorindo-se. Rindo-se. Indo-se. (Ficando-se, please!)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Jeito

Seus olhos
Mil agulhas
Perfuram, perpassam
minha pele, minha carne
acordam meus sentidos

Colorem com sangue
e molham com sal
Destróem meu amor

Minha garganta engole todas as palavras!
Estes caracteres aceitam todas elas.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Outubro

Devaneios primaveris

Nas paredes quentes da casa
a luz aconchegante
ilumina a tarde que cai
sob os suspiros quentes das noites floridas

Sob os mesmos suspiros
observar meus joelhos balançarem sobre a cadeira
morrer de calor
ver o vestido tremular ao sabor da brisa

* * *

Caixa de lápis de cor

cores quentes
cores avulsas, maliciosas
lilazes e amarelos
ventos fortes guiando as portas leves
vestidos leves, levantando olhos. Suspiros.
É noite azul e laranja
É pele morena do sol do dia
É riso dentes de giz
Aceita água nessa caneca vermelha?

domingo, 15 de julho de 2007

Incensário

Libélulas libertinas perfumam e brilham!
Dependendo do que vai dentro, é possível voar tb. .. ...

segunda-feira, 9 de abril de 2007

...

MISUNDERSTOOD
(Dream Theater)

Esperando
Na calma da desolação
Querendo sair
Desse círculo de confusão

Dormindo
Nas profundezas do isolamento
Tentando acordar
Desse sonho acordado de ilusão

Como eu posso me sentir abandonado mesmo quando o mundo me envolve
Como eu posso morder a mão que alimenta os estranhos ao meu redor
Como eu posso saber tanto nem mesmo conhecendo ninguém

Se eu pareço superhumano eu fui mal compreendido

Isso desafia a essência da minha alma
E me deixa num estado de desconexão
Enquanto eu navego pela confusão do auto-controle

Imitando um leão sendo levado a uma jaula
Eu me transformo de um ladrão em um pedinte
De um 'Deus' em Deus me salve

Como eu posso me sentir abandonado mesmo quando o mundo me envolve
Como eu posso morder a mão que alimenta os estranhos ao meu redor
Como eu posso saber tanto nem mesmo conhecendo ninguém

Se eu pareço superhumano eu fui mal compreendido
Mal compreendido

Imitando um leão sendo levado a uma jaula
Eu me transformo de surreal em reclusão
De amor em desdém
De crença em desilusão
De um ladrão em um pedinte
De um 'Deus' em Deus me salve

Como eu posso me sentir abandonado mesmo quando o mundo me envolve
Como eu posso morder a mão que alimenta os estranhos ao meu redor
Como eu posso saber tanto nem mesmo conhecendo ninguém

Se eu pareço superhumano eu fui mal compreendido
Mal compreendido

* * *

Devo admitir que meu peito sangra, ou seria melhor fingir que sei jogar o jogo? Seria melhor mandar tudo para o alto e tentar recomeçar (mesmo sabendo que na vida não é possível zerar a quilometragem)?

Como seguir adiante quando me encontro no canto mais distante da porta, depois de ter pintado todo o chão do quarto?

* * *

terça-feira, 27 de março de 2007

Trechos de uma conversa

(...) Sim, o desconhecido pode ser delicioso, como os feijões da sorte do Harry Potter. Pode fazer doer tb. Faz parte do viver. (...)

(...) Sinceramente, eu gostaria de não esquecer minhas melodias favoritas quando morrer. Nem as incríveis ou belas cenas que testemunhei. Afinal, deve haver algum sentido para memorizarmos coisas que nos tocam tanto. A música expressa [e] traduz muito do que sentimos.

Deve haver alguma razão para termos esse corpo que tanto percebe e capta. Sejam os sons, as cores, o sabor.(...)

(...) Eu acho que se pudessemos captar mais do que já captamos, ficaríamos loucos. Como as pessoas que vêem coisas de outras épocas... (...)

(...) Na verdade... o que eu queria mesmo era compreender. Compreender o pq de tudo isso... o pq de estarmos aqui... o quanto somos grandes e pequenos ao mesmo tempo. O quanto tudo é e sempre será igual no homem, não importa o tempo, o quando, o onde. (...)

(...) A idéia de liberdade é tão falsa. Somos tão limitados.
Os seres mais vulneráveis... tão sensíveis. Tão ricos e tão pobres. Somos a contradição em humanidade pura. (...)

(...) As vezes me enxergo como uma máquina cheia de acessórios. Cada sentido é um acessório, e no máximo posso gozar ou sofrer somente o que esses sentidos me permitem.
Daí vivemos em busca de algo que nos faça mais que apenas máquinas limitadas e achamos que conseguimos.
Porém, quando as pessoas (como eu) têm certeza de que isso é certamente uma bobagem, as coisas parecem um pouco piores pq, além de limitados, nos tornamos inertes. Olhamos a vida de longe, analisando-a. (...)

(...) É tão fácil escapulir da minha boca um NÃO quando quero dizer SIM! E vice-versa.
É tão fácil eu exclamar um CREDO! admirado quando aquilo verdadeiramente nem me surpreende, só pq isso seria o certo (ou o esperado) a se fazer.

É tão incrivelmente difícil sermos aquilo que somos de fato.

A minha humanidade até hoje, só me permitiu ser apenas um pouco mais que um animal. (...)

(...) Não sei se é apenas um problema de impulsos represados, contidos, ou coisas do gênero. Mas eu sinto um aperto tão grande no peito quando penso que quando eu morrer, e não existir um "depois", tudo terá sido APENAS isso que foi. Teria sido uma vida, uma energia, uma memória. Apenas mais um desperdício de milhares de recordações vãs, fatos ruidosos, mas surdos diante da existência. :(

(damos-nos muito valor por acharmos que sentimos o que os animais e máquinas nem sonham... mas somos um mar, um oceano inteiro, cercado por todos os lados. Somos uma verdadeira ilha de águas, mágoas, desejos, prazer...). (...)

PS: Hoje estou muito mais sensível que o habitual. Não sei o que ocorre, mas sei que há algo. Está em nós essa capacidade de perceber quando as coisas vão bem ou não. Quais são as causas razoáveis para sentir esse peso estranho em determinados dias? Nem sempre elas existem. Apenas há um preço a ser pago por pensarmos em nós mesmos.

sábado, 24 de março de 2007

Saudade...

Olá!

Fiquei com saudade da época em que tinha meu bloguinho "Um Certo Jardim"... (e que o UOL bloqueou por falta de uso) :S

Resolvi recriá-lo no Blogger. Tem um visual bonito e parece simples de usar. Espero que este blog eu não abandone.

Beijos a quem ler isto.