sábado, 29 de novembro de 2008

October's Words

Delírio
lírio
ébrio
(dez) equilíbrio
libra
livros que não respondem
respaldam
resvalam
resgatam o apreço
aprecio
preço da prece
pressa
regressa
encontra
antes que feneça
na Fenícia sem
delícia o corpo
frágil do copo branco
do lírio mágico
dolorido e colorido
deste corpo
torto/morto

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"M'água"

Ventava muito.... O reino, há pouco colorido pelo sol magnífico, testemunhava um céu terrivelmente cinza se formando, com relâmpagos incríveis, um verdadeiro espetáculo. Ainda assim, o brilho do astro-rei, iluminava forte o castelo, os pássaros, as árvores, as folhas que flutuavam alto e as primeiras gotas de uma chuva que certamente, viria pesada. No alto de uma das torres, ela observava os campos imensos e amarelos do sol receberem, ao longe, aquele banho inevitável, belo e dourado.

Abraçada aos joelhos, dos seus olhos choveu sal... e foi tanto sal, que seu rosto ardeu, seu coração se inflamou, o corpo adormeceu e ela nada mais enxergou, a não ser água, água...

Ao contrário do medo que a tempestade causa, da solidão de sua presença única naquele reino, ela sabia que tudo aquilo era natural, e que a chuva torrencial traria abundância à sua terra. Deitou e adormeceu. Era tudo o que podia fazer.