domingo, 12 de outubro de 2008

Carta para o Rei de um reino extinto.

(...) Quero tuas lágrimas na palma das minhas mãos. Quero a dor da sua mágoa confundindo-se com a do seu prazer mais intenso. Deita nesta tenra relva... e dê-me com seu hálito, a vida!
Povoa este meu reino vazio com a tua presença. Assusta meus pássaros, meus bichos, minhas flores com a sua voz, estranha a este lugar.
Paralisa o tempo, ou faça-o correr... Faça chover! Molha esse campo inteiro, fertiliza esta terra, que bom fruto há de colher.
(...)

Um comentário:

Renato Alves Teixeira disse...

Oh, rainha do ovo-mundo! Que saudade dos castelos de palavras erguidos na imensidão dos mais belos sonhos! Num sopro cósmico divino poderíamos ter gozado toda uma eternidade. Num átimo, tomado todo o cálice das volúpias satânicas. Na relva fria, tua pele alva e louca, macia como tapetes alados, eu morderia. Morreria até. A maçã do Éden, teu pescoço,Maria. No paraíso. No teu reino. Maria, Maria, rainha do ovo-mundo.